CONSTRUÇÃO DA IGREJA MATRIZ

- A 2 de abril de 1968 foi aprovado, pela Câmara Municipal da Feira e pelo Administrador Apostólico da Diocese do Porto Sr. D. Florentino de Andrade e Silva, o projeto da Nova Igreja Matriz, da autoria do Sr. Arquiteto D. Fernando de Távora e do Sr. Engenheiro Bernardo Ferrão;

- A 13 de maio de 1968 deu-se inicio aos trabalhos da Nova Igreja Matriz;

- A 9 de junho de 1968 é benzida a 1ª pedra pelo Ex.mo e Rev.mo Sr. Administrador Apostólico da Diocese do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva, com a presença do Ex.mo Sr. Governador Civil de Aveiro e do Ex.mo Presidente da Câmara da Feira;

- De 1970 a 2005, sob o paroquiado do Sr. Pe. António Caetano da Silva, as obras evoluíram apenas no seu exterior, no reboco das paredes, respetiva pintura e impermeabilização do teto e colocação de vidros.

- Mesmo assim, até 2007 este espaço, hoje consagrado à Igreja Matriz, foi sempre utilizado para as celebrações eucarísticas e a Cripta serviu para a formação catequética e para as mais diversas atividades culturais e recreativas;

- Em setembro de 2005 a Paróquia de S. João de Ver, recebe com manifesta alegria e esperança o seu novo Pároco Pe. António Alves Pinto da Costa, que cheio de confiança e abertura trouxe consigo um tempo novo;

- Quatro décadas depois, em 2008, fica concluída a nova Igreja Matriz, agora sob a orientação do Arquiteto Ricardo Azevedo;

- A 26 de outubro de 2008 é finalmente inaugurada a nova Igreja Matriz de S. João de Ver, com a presença do Ex.mo Rev.mo Sr. Bispo Auxiliar da Diocese do Porto D. João Lavrador e do respetivo Pároco Pe. António Alves Pinto da Costa.

- A 1 de dezembro de 2023, 55 anos após o lançamento da primeira pedra, é inaugurada a Cripta da Igreja Matriz, designada como Cripta Pe. Manuel de Pinho. Assim, ficam finalmente concluídas as obras deste templo: Igreja e Cripta.

MEMÓRIA DESCRITIVA DA OBRA

"O Arquiteto Fernando Távora modelou a luz, que torna este espaço sublime, modelou a sua forma, meticulosamente perseguindo desenfreadamente a proporção. É por isso que é tão bonita esta casa de Deus.

A nossa intenção passou por sentir o lugar e perpetuar Fernando Távora, seguindo os seus ensinamentos que diziam que o Homem deve ser fiel ao seu tempo. A Igreja foi sempre fiel ao seu tempo. É expressão de cultura e determina os ritmos dos homens e por isso este espaço está cheio de razões implícitas á forma.

Sobre a entrada construímos o Batistério, que nos transporta para o principio da vida Cristã, o nosso batismo, o dia em que fomos recebidos por Cristo nesta comunidade. O Batistério tem uma pequena depressão, descemos para a piscina dos banhos, onde as paredes azuis simbolizam a água.

O Presbitério é o centro de todo este espaço e sobre ele encontram-se os vários elementos:

O Altar é feito de pedra mármore, remete-nos para a ideia de sacrifício presente na memória Bíblica da Pedra de Ara. A sua dimensão cativa-nos o olhar...

O Ambão é o símbolo da palavra, por isso construímos numa identidade de matéria com o Altar e em forma de púlpito. Subimos... e esse gesto faz-nos enaltecer o momento da palavra...

O Presbitério é ainda marcado pela presidência, onde a cadeira se torna também símbolo

Mas a nossa fé é Cristã por isso importa agora referir outro nome, o do Mestre José Rodrigues, personagem incontornável da cultura Portuguesa, um escultor ímpar, que há já alguns anos nos impressiona com os seus Cristos... Pedimos-lhe um Cristo e ele trouxe-nos o retrato da dor e do sacrifício de Cristo na cruz... é um símbolo que pertence à vida de todo o cristão... é um símbolo permanente debruçado sobre o Presbitério... os braços de Cristo abrem-se a toda a assembleia...

Um outro momento deste espaço trabalhado pelo Mestre é o Sacrário, que cintila sobre o espaço, ele é luz, ele é vida, irradiando sobre toda a assembleia.

Ao lado esquerdo está a Capela da Reconciliação, um lugar de encontro connosco e com Deus. A luz deste lugar é mais parca, é um convite à instrospeção.

Do lado oposto encontra-se a Capela da Semana, um espaço inundado pela luz natural e pelas cores claras das paredes revestidas de azulejo, também local de adoração à Imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Todo o restante espaço é modelado pela luz e os materiais escolhidos, servem o propósito. A parede do fundo da Igreja é de azulejo, um azulejo cuja textura permite as variações cromáticas da luz, que varia a sua expressão nas diferentes horas do dia..."

O arquiteto,
Ricardo Azevedo

FOTOGALERIA DA IGREJA MATRIZ

FOTOGALERIA DA CRIPTA PE. MANUEL DE PINHO